Os Almendres são um monumento frágil?
A crença de que as gravuras presentes nos menires se estão a degradar é, obviamente, catastrofista e alarmista. Para discutir este tema, clique aqui...
É razoável aceitar que, desde que foram gravadas, há 7000 anos, as gravuras sofreram alguma erosão, quer tenham estado expostas aos elementos, quer não. Porém, certamente, não são as "centenas de milhares" de pessoas que, em cada ano, visitam os Almendres, a causa dessa putativa degradação.
Desde logo, porque os Almendres nunca tiveram "centenas de milhares" de visitantes por ano; segundo, porque a percentagem de visitantes que tocam nas gravuras é, decerto, diminuta. A maioria nem se apercebe delas (exceto quando os guias as mostram...).
E os atos de vandalismo a que os Almendres estão, teoricamente, sujeitos são, parece-nos, menos preocupantes do que nos casos da maioria dos nossos monumentos históricos. Por junto, com "centenas de milhares" de visitantes por ano, houve, alegadamente, um único incidente: uma covinha escavada num menir.
a) Como se soube que o ato foi praticado em 2011? Viram? Tiveram testemunhas? E não denunciaram?
b) A observação da "covinha" permite duvidar de que ela tenha sido executada em 2011 (e mesmo duvidar de que tenha sido feita por mão humana), uma vez que tem patine (liquenes) que não nos parece compatível com essa data...
A sugestão de que houve tentativas de fazer gravuras perto das gravuras neolíticas, ainda mais estranha, carece de demonstração. Na observação que fizemos, não vimos nenhuma evidência disso.
De resto, choca-nos que os turistas sejam descritos como vândalos, prontos a destruir o monumento.
As pessoas que visitam os Almendres (incluindo os que fazem rituais new age) não são hooligans...
É claro que a colocação de placas informativas, bem visíveis, do tipo "Não suba nos menires", ou "Não faça fogueiras", para além da eventual instalação de câmaras de vigilância, parece-nos suficiente para evitar alguns excessos.