O Processo em Curso

 NOTA PRÉVIA:

Tivemos recentemente acesso ao Processo burocrático, relativo à intervenção, atualmente em curso, nos Almendres.

Convém referir que faltam, na parte  documental que consultámos, dois elementos fundamentais que, em todo o caso, são referidos e parcialmente citados, no dito Processo. 

 1. o relatório “Estado de Alteração e Conservação dos Monumentos Megalíticos Cromeleque dos Almendres e Anta do Zambujeiro”  pelo LNEC (2006)

2. a proposta “Cromeleque e Menir dos Almendres – Bases para um Programa de Proteção e Gestão (Património Classificado, Paisagem, Acessibilidades e Fruição)”, pelo Dr. João Santos da CME/DCP (2020).

Agradecemos ao Dr. António Carlos Silva por nos ter facultado o acesso a outro documento que não constava na documentação disponibilizada pela CME.


OS PROBLEMAS

que afetavam os Almendres, de acordo com os vários textos que consultámos:

 “o intensivo e crescente afluxo de visitantes ao local, provoca um excessivo pisoteio e consequente acentuada  compactação e erosão do solo” CME, 2023: 1

 “nesta fase, diz apenas respeito à estabilização dos monólitos (…)” CME, 2023: 2

 “ (...) o solo compactado, despido da vegetação que o deveria cobrir e muito erosionado devido ao pisoteio excessivo promovido pelos visitantes – são facilmente visíveis vários sulcos com uma profundidade que, a manter-se o processo erosivo, poderá, num futuro mais ou menos próximo, vir a comprometer a estabilidade de alguns monólitos do recinto megalítico.” Lecoq, 2021: 7

"evitar a contínua degradação do espaço e o perigo de queda dos monólitos.” DRCAl, 2023: 2

EM SÍNTESE: a opinião unânime dos vários intervenientes no processo era de que o pisoteamento causava forte erosão dos solos, a qual, por sua vez, comprometia a estabilidade dos menires.

Imagens de várias épocas, no lado Oeste do recinto...veja as diferenças!

AS SOLUÇÕES 

Perante o cenário catastrofista diagnosticado, a solução encontrada (e quase consensual), foi espalhar 600 m3 de terra, no interior do recinto, o que corresponde a cerca de 25 cm de altitude, distribuída uniformemente por toda a área, após ripagem da superfície do interior do recinto. Sobre esta camada (que incorpora entulhos modernos!), foi semeado um prado "natural".
 
Proposta de nível do solo a repor, acima das pedras de calce (visíveis a aflorar à superfície). Assim nasceu, segundo parece, a ideia dos 25 cm. (o que, comparando com a imagem, até já demonstra alguma contenção)... 
Imagem extraída desta reportagem da RTP (veja-se, em particular, o minuto 50')

 

                Início do Enterro...e ripagem da presumível estratigrafia arqueológica (fotos CME)


E qual é o Problema desta "solução"? para saber mais